Você sumiu da minha vida, então eu fui a procura de algo para me ocupar enquanto tentava te esquecer. Entrei em aulas de canto, mas os pássaros fugiam quando eu começava a cantar. Resolvi tocar algum instrumento, e até que me sai bem. Depositava todas as minhas angústias em alguns acordes mal tocados e me sentia melhor. Eu estava me tornando um imenso buraco negro sem cor. Um vazio tão doloroso que remédio nenhum ajudaria passar. Ao meu redor as pessoas riam e brindavam ao amor e aos seus amigos maravilhosos. E de que adiantava? Eu não era amigo de ninguém, ao não ser dos meus amigos imaginários. Aqueles mesmos amigos que eu poderia jurar que me acariciavam e diziam que tudo ficaria bem. Procurei um emprego, e meu silêncio incomodou as pessoas a tal ponto de não me segurarem lá nem um mês. Acreditei que a música me salvaria, mas as que eu escolhia ouvir me levavam sempre ao um poço com água suja. E eu tomava banhos e banhos por lá. Eu era uma pessoa perdida e me joguei nas drogas. Eu via índios, paz e amor quando estava com um baseado nas mãos. Mas quando o efeito passava eu me sentia mais doente e imundo do que nunca. Encontrei-me em depressão quando tarde da noite passei em frente ao bar que tocava a nossa canção. Lembra? Aquela musica alegre que traduzia o nosso amor. Minhas pernas começaram a tremer e eu sofri com aquilo que eu avia acabado de descobrir: O amor não existia mais. Eu estava acabado, eu já não era mais ninguém.

Scarlet Suelen